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JANEIRO 2010

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TERCEIRO SETOR

Voluntariado empresarial sustentável. É possível?

Autora: Julianna Antunes
Jornalista, corredora não profissional, pós-graduada em responsabilidade social empresarial e terceiro setor, com trabalho focado em sustentabilidade corporativa e green business. Disponível em: www.sustentabilidadecorporativa.com 

É inegável que a forma como as empresas financiam programas sociais e ambientais vem mudando consideravelmente ao longo dos anos, diminuindo cada vez mais o espaço para a simples filantropia. Somado a isso, temos a crise do último ano que tornou o dinheiro para esses programas mais escasso. Não que as empresas não queiram mais investir em comunidades ou mitigação de impactos, por exemplo; elas agora querem que os projetos estejam alinhados aos seus processos de negócio.

No entanto, na contramão dessa tendência, vemos um forte movimento dentro das empresas que estimulam a prática do voluntariado corporativo. Em 2008, inclusive, o Rio Voluntário criou o CBVE (Conselho Brasileiro de Voluntariado Empresarial), tendo o suporte das maiores empresas do país, como a Vale, a Petrobras, a TV Globo, a Gerdau, a Shell, entre outras.

Se pensarmos no conceito clássico do que é ser voluntário (segundo a ONU “é o jovem ou adulto que dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividade, organizadas ou não, de bem-estar social, ou outros campos”), vemos um conflito entre o voluntariado corporativo e a movimentação das empresas para transformarem suas ações sociais e ambientais em atividades estratégicas.

A grande questão que envolve esse dilema é se não traria mais resultados tanto para as empresas quanto para as instituições beneficiadas caso fossem aplicados conceitos de sustentabilidade nas ações de voluntariado. O tema é polêmico, mas se hoje o investimento social das organizações é estratégico, qual o sentido de, ao se realizar ações de voluntariado corporativo, mobilizar recursos financeiros e humanos para algo meramente filantrópico? Como transformar essa filantropia em sustentabilidade?

Para isso ser possível, é preciso planejar as ações ainda na fase de elaboração do evento (dia do voluntariado, semana do voluntariado etc). Os responsáveis pelo comitê de voluntariado (geralmente pessoas da área de sustentabilidade, de comunicação ou de RH) devem identificar, dentro das instituições beneficiadas, não apenas as necessidades referentes a doações, mas também as necessidades estratégicas.

Por exemplo: uma ONG está com problemas de captação, mas não tem alguém com conhecimento de marketing direto para realizar as ações. Ou então a crise fez com que a demanda por atendimento de outra ONG aumentasse substancialmente, de forma que a qualidade desses atendimentos tenha caído. Como voluntários corporativos podem ajudar nesses casos?

O voluntariado sustentável pode acontecer de diversas maneiras, alguns exemplos são: o colaborador doa seu conhecimento para executar projetos ou ações em determinada área. Ou ele capacita funcionários ou outros voluntários para atuarem numa área. Dependendo do tempo e da equipe voluntária, pode-se, até, reestruturar uma área. Há, inclusive, a possibilidade de colaboradores atuarem em outros processos para ganhar experiência.

Depois de identificadas as necessidades das instituições beneficiadas, cabe ao comitê replicar as informações aos funcionários da empresa e buscar interessados em formar grupos de ação. A forma como isso acontece depende de como as empresas organizam seu voluntariado e da disponibilidade dos recursos humanos das empresas e varia de acordo com a estrutura e necessidade das instituições sociais.

É claro que ONGs, asilos e creches têm necessidades urgentes que não podem esperar. E é claro também que a filantropia não pode acabar. Essas necessidades devem ser respeitadas. Mas junto das ações imediatas, as empresas podem pensar com carinho na implementação do conceito de voluntariado sustentável, afinal, não é mais efetiva e de maior alcance uma ação que beneficie uma instituição continuamente?

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