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JULHO 2013
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TENDÊNCIAS EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS

Faça Certo da Primeira Vez, Todas as Vezes.

Autores: Adriana Fório Sentieiro, PMP e Fabio Luiz Braggio, PMP, ITIL, MBA



Introdução

Em qualquer empresa que demonstre um desejo pela qualidade, todos os envolvidos devem estar conscientes da doutrina da qualidade "Do It Right The First Time, All The Times" – Faça Certo Da Primeira Vez, Todas as Vezes.
A partir da crescente demanda por uma entrega mais rápida de produtos e serviços e da existência de equipes de trabalho espalhadas globalmente, pensou-se em desenvolver um sistema que centralizasse todo o processo. Esse sistema foi denominado Source Configuration and Management (SCM); ou SISTEMA DE CONFIGURAÇÃO E GESTÃO, e ganhou muita importância chamando a atenção de muitos CTOs e CIOs.
Em ambientes/empresas de desenvolvimento de software, a implementação de um processo disciplinado e concomitante com o uso das ferramentas eficazes e tecnológicas a fim de atingir o principal objetivo – qualidade – vem se tornando uma tarefa especialmente difícil.
A necessidade de uso efetivo de processos, pessoas (equipes) e tecnologia, como diversas “filiais/unidades” distribuídas em diferentes cidades e países, tornou necessário:

  1.  O desenvolvimento de novos processos/metodologia (i.e.SOA, Agile, ITIL, etc).
  2. Trabalhar com arquiteturas de multicamadas.
  3. Demanda de acompanhamento e de rastreamento de ponta a ponta.
Fazendo com que trouxesse estas questões a um pensamento muito mais à frente.

Como fazer certo todas as vezes?

Para isso, foram impostas etapas obrigatórias em todo o processo, para que as auditorias e as metas de conformidade pudessem ser atendidas, garantindo as devidas aprovações na entrega final. Atualmente, uns dos maiores desafios que os gerentes de projetos e corporações enfrentam ao tentar entregar os projetos/produtos com maiores níveis de qualidade estão na realização de uma comunicação e gestão mais efetiva das equipes que estão distribuídas globalmente.
            Os gerentes de projetos, que são responsáveis ​​por gerenciar e garantir as entregas com qualidade de todas as atividades de dentro do ciclo de vida do projeto, devem realizar a implementação de um processo disciplinado, com o uso de ferramentas eficazes e de alta tecnologia a fim de alcançar este objetivo.
Os analistas da indústria, como Gartner, IDC, Forrester, Ovum, e Meta Group preveem um aumento na quantidade de projetos a serem implementados e, com isso, a necessidade de compreender e gerenciar todo o ciclo de vida do projeto. Para isso é preciso alterar/trocar as atuais ferramentas de gerenciamento.  O SCM foi desenvolvido para todos os tipos/modelos de empresas do mundo, sendo elas de pequeno, médio ou grande porte.
Gerentes de Projetos e empresas buscam trazer automação no processo das melhores práticas, por meio do gerenciamento global e na configuração unificada e padronizada do gerenciamento de mudanças de todo o ciclo de vida do projeto.
Com as necessidades de conformidade regulamentar (tais como Sarbanes-Oxley, CMMI 21 CFR Part 11, etc.) e o desejo de cumprir as metas e objetivos da qualidade internamente, a configuração e um novo modelo de gerenciamento e de gestão de mudança tiveram que se tornar aspectos importantes e que não poderiam mais ser ignorados.
A distribuição da aplicação ou o desenvolvimento do produto em vários locais, envolvendo várias organizações e vários fornecedores necessita e exige um melhor controle ao processo, aumentando a necessidade de um repositório/programa/sistema comum que seja rápido, confiável e de acesso controlado para que as etapas e mudança possam ser gerenciadas durante todo projeto.  O uso de ferramentas SCM fornece tal estrutura, incluindo recursos abrangentes durante todo o processo, proporcionando segurança e garantindo apresentar os melhores “caminhos”.
Por exemplo, a construção, teste e implantação de um produto exigem uma complexa rede de processos, que devem considerar inicialmente os requisitos, os projetos existentes e incluindo todos os caminhos para o ambiente de produção, assim como as equipes (pessoas) e tecnologias que serão envolvidas.
Frequentemente em ambientes de desenvolvimento heterogêneos e geograficamente distribuídas como nos modelos atuais das empresas, as equipes envolvidas nas várias fases do ciclo de vida do produto/projeto acham muito difícil e complicado manterem-se focadas e direcionadas somente com o que está sendo entregue. 
Estas entregas (construção, teste e produção) podem ser para um consumidor final (cliente externo) ou até mesmo para os seus próprios clientes internos.
 Existe uma enorme pressão em atender o cliente, levando em consideração o objetivo de conseguir a satisfação integral do cliente, pois, se as aplicações do sistema ou do produto falharem, isso pode acarretar em problemas e impactos nos negócios (contratos/financeiros) da empresa.
Para que esses problemas não ocorram, deve-se pensar em respostas para alguns processos e riscos:
Existe uma maneira de garantir a integridade da construção, do desenvolvimento e das entregas em qualquer momento e o tempo todo?
O processo aplicado sempre poderá reproduzir o que está sendo entregue ao o cliente a qualquer momento? 

Esse processo adotado poderá fornecer a qualquer momento rastreabilidade e capacidade de auditoria para avaliação que o que foi entregue atendem tanto as expectativas, como os objetivos de controle de qualidade internos incluindo conformidades e exigências regulatórias (da SOX, CMMI, ITIL, CFR Part 11 etc.)


Sistema de configuração e gestão´é a solução?

Empresas que não utilizam ferramentas, que usam ferramentas de legado ou que utilizam ferramentas diferentes, estão buscando soluções mais eficientes de melhor custo-benefício para estruturar um novo modelo de gerenciamento em suas empresas. Para isso, os atuais processos, ferramentas e sistemas de legados estão sendo substituídos por sistemas mais modernos com ferramentas de maior abrangência.
 Este artigo irá focar no poder e nos benefícios de um sistema de SCM, focado em Processos e demonstrará como Processo e Ferramentas têm um papel importante no desempenho e na realização de objetivos importantes.
Ao utilizar uma solução SCM verdadeiramente integrada, com funcionalidades completas e com uma visão da gestão consolidada dos processos, fluxo de trabalho e gerenciamento de acompanhamento totalmente interligado ao gerenciamento de riscos e elementos de controle de versão, pode-se alcançar os objetivos com maior eficiência.
Tais ferramentas permitem que se obtenha a visão do todo (global) para qualquer item configurável ou de ativo eletrônico (ou digital), ou seja, código fonte, imagens, desenhos, documentos do processo, arquivos binários, páginas web, etc.; originado a partir da entrega, manutenção e suporte.
Este artigo irá utilizar como exemplo um software padrão para a construção e implantação do processo de ciclo de vida do projeto demostrando o poder e os benefícios de se utilizar uma ferramenta SCM baseada em processos (Sistema de Configuração e Gestão).
Por outro lado, vale ressaltar que tal abordagem, por ser centrada em processos, pode ser aplicada a qualquer ativo eletrônico, não apenas a software. Documentos de requisitos, planos de teste, resultados de testes, procedimentos de entrega: tudo pode e dever passar por mudanças e precisa ser adequadamente gerenciado.
Ao utilizar tais ferramentas totalmente integradas ao SCM, o processo de criação e implantação de sua aplicação ou produto passa a ser muito mais intuitivo e ao mesmo tempo repetível, reproduzível e totalmente auditável.
  Assim o Sistema de Configuração de Gestão (SCM), pode ser denominado uma solução, desde que sua utilização seja realizada de maneira correta, onde o processo/projeto deve ser totalmente controlado desde o inicio, durante a execução até a entrega final, com isso o lema:
"Faça Certo da Primeira Vez Todas as Vezes"
Poderá estar definitivamente ao seu alcance!.

O problema

Hoje em dia, muitas organizações são divididas em equipes com as quais são compartilhados dados, pessoas, tecnologia e processos.  Com a mistura e complexidade dos produtos e projetos de hoje, existe a necessidade de desenvolvimento global, terceirização e trabalho “remoto” (offshoring).
Uma pesquisa realizada na maioria das empresas revelou que inúmeras equipes de desenvolvimento utilizam diferentes ferramentas e processos para gerenciar o seu desenvolvimento de software. Independentemente do tamanho da empresa, essas equipes estão espalhadas por diversos locais em todo o país, e às vezes em todo o mundo, cada um trabalhando em projetos que acabará sendo implantado para um público mais amplo de dentro da empresa ou para clientes externos. 
Será encontrado:
a) o uso de ferramentas high-end, que são caros, complicados e difíceis de manter,
b) ou o uso de ferramentas low-end, que foram compradas em partes de funcionalidade e necessita de diversos manuais ou procedimentos “caseiros” de integração,
c) ou o esforço dos recursos dedicados que são gastos em interfaces e integrações, com subsistemas por meio de aplicativos que simulem um sistema de SCM.
Os departamentos de TI são confrontados com uma crescente variedade de questões que prejudicam e atrapalham o desenvolvimento e a entrega dos aplicativos desenvolvidos internamente/externamente, que incluem:
  -  Equipes de projeto distribuídas (espalhadas) globalmente;
  - Aumento da análise e de auditoria dos processos de TI e Governança. (Por exemplo, CMMI, SOX, 21 CFR Part 11, ITIL);
  - Incapacidade para acompanhar e avaliar os problemas/questões com relação às mudanças reais solicitadas pelos “ativos eletrônicos” (dificuldade em gerenciar as mudanças);
  - Surgimento de ferramentas de desenvolvimento díspares entre departamentos e locais, o que aumenta significativamente a complexidade e as despesas administrativas;
  - Fica complicado desenvolver e acompanhar as mudanças com o aumento do número de aplicações independentes;
  - Não é fácil reproduzir qualquer versão do produto e garantir a integridade dos artefatos produtos que compõem esse lançamento;
  - Seguir o processo considerando tempo/recurso começa a ser dispendioso, considerando que necessita monitorar e auditar as trocas de comunicação entre os membros da equipe do projeto e as partes interessadas estabelecidas no processo inicial.
Gerir a mudança contínua e ao mesmo tempo garantir a qualidade e o prazo de entrega inicial está se tornando um desafio crescente. 
A mudança é inevitável no ciclo de vida do desenvolvimento e implantação do projeto. Mudanças podem vir de várias formas, tais como mudanças de plataforma, bilhetes de help-desk, defeitos e pedidos de melhorias. E eles podem vir de qualquer lugar: dos clientes, do mercado externo, dos representantes de campo, da gestão de produtos, das organizações de teste, entre outros.
Os gerentes de projetos e empresas tentam constantemente encontrar melhores formas e formas mais eficazes de lidar com essas áreas problemáticas a fim de superar os desafios que são enfrentados procurando fornecer níveis mais altos de qualidade de seus produtos gerenciando as mudanças por meio das equipes dos projetos distribuídas globalmente.
Deve-se ressaltar que a cada dia os gerentes de projeto se esforçam mais para desenvolver e encontrar processos melhores e mais eficientes, que possam abranger todo o ciclo de vida de desenvolvimento; seja com conversas e novos treinamentos dentro de sua equipe, obtendo informações de outras áreas envolvidas e também por meio de todos os processos globais da empresa.
Sejam problemas no âmbito dos escopos, por repetição de erros, falhas em prestações de qualidade sendo essas incompletas ou incapacidade de reproduzir versões anteriores, necessidade de mais tempo para desenvolver, construir e testar o produto e os prazos potencialmente perdidos e custos suplementares. Todos estes problemas podem resultar em maiores implicações financeiras implicações de aumento de recursos, implicações da qualidade e implicações de produtividade.
  Então, como podemos garantir a integridade de cada aplicação, cada produto liberado, cada produto de implantação etc.? Pergunta-se:
“É possível lutar e atingir a meta "Faça Certo da Primeira Vez, Todas as Vezes"?

As Tendências de Mercado

As tendências de mercado, após ter ganhado muita importância, chamaram a atenção de muitos e CTOs e CIOs para abordar os problemas citados.
A gestão de configuração de softwares independentes entre si está rapidamente se tornando uma coisa do passado.  Em resposta à “comoditização” de ferramentas de controle de versão e ferramentas de SCM, seus fornecedores têm transformado ferramentas de SCM em soluções de gerenciamento de mudanças. E nos últimos anos, as soluções de SCM centradas em processos têm chegado para ajudar o desenvolvimento das infraestruturas de suítes de gerenciamento de ciclo de vida, gestão de mudanças nos artefatos do ciclo de vida, como requisitos, modelos, código, scripts de teste e documentação do processo. Muitos fornecedores ainda constroem essas capacidades, mas alguns estão começando a lançar as bases para soluções de espaço onde ambos utilizem do desenvolvimento e das operações.” (Schwaber, Barnett, Hogan & Friedlander, 2005, p. 1).

  • “Os fornecedores têm como foco as soluções integradas para o gerenciamento de projetos de TI dos artefatos e a ligação entre negócios e TI, com os segmentos de organizações estarão mais bem posicionadas para a liderança de mercado no futuro." (Heiman, 2002, p.1).
  • Depois de Gerenciamento de Projetos, usuários de TI citam o processo de gerenciamento de configuração o que mais precisa ser melhorado (Haas 2002).
  •  Analistas da indústria, como Forrester, Gartner, IDC, Ovum, predisseram um aumento na implementação dessas ferramentas e a necessidade de gerenciamento do ciclo de vida completo, gestão de mudanças e ferramentas de SCM para todos os tipos de empresas (pequenas, médias e grandes) em todo o mundo. As empresas estão buscando substituir os sistemas legados por sistemas mais modernos, e ferramentas baseadas em processos, mais modernas e abrangentes. Exigências da Lei Sarbanes-Oxley fizeram ferramentas baseadas em processos, que fornecem gestão de mudanças e gestão de configuração, uma necessidade para atender os requisitos das Seções 404 e 307, de modo a incorporar sólidos requisitos para da gestão da mudança em todos os ativos.

O que é afinal o SCM?

Source Configuration Management é uma ferramenta de gestão em que se aplica um conceito de engenharia para gerenciar a evolução de um sistema ou produto, desde a concepção, a liberação do sistema, por meio da reforma do sistema.  O foco principal deste conceito é o de garantir a repetitividade, rastreabilidade e integridade do sistema que está sendo desenvolvido e produzido, para que todos saibam o que é suposto ser construído, o que está sendo construída e que foi construído.
Esta seção irá descrever alguns dos mais novos e modernos processos centrados em soluções de SCM e ferramentas disponíveis, que podem ser usadas de forma eficaz.  Embora todos possam ter boas soluções em seus próprios direitos, em termos das características e funcionalidades que eles oferecem, o custo total de propriedade e o cuidado contínuo e alimentação torna-se um fator muito importante a longo prazo.
        Pode-se considerar, de entre qualquer um dos mais recentes e modernas soluções integradas de SCM, essas ferramentas oferecem uma gama de características e funcionalidades que proporcionam soluções eficazes para alcançar os objetivos identificados ao longo do texto.  Essas ferramentas oferecem recursos abrangentes de SCM e são fornecidos como um único produto ou uma combinação de produtos (suíte).
Exemplos de ferramentas que estão disponíveis como um único produto:
 Telelogic Synergy, Serena Changeman Dimensions, SpectrumSCM, Borland StarTeam     Enterprise, e Alcatel-Lucent Sablime.
Exemplos de ferramentas que estão disponíveis como uma combinação de produtos:
Racional Clearcase/ClearQuest/UCM da IBM, All Change Fusion Management Suite da Borland e  MKS Integrity Suite da MKS,  suite (AccuRev, AccuWorkflow, AccuBridge) de AccuRev e Microsoft Team System Foundation Server da Microsoft.

Figura 1

Um produto totalmente integrado incorpora todas as seguintes funções dentro de uma única aplicação: controle de versão, edição e alteração de gestão, gestão de liberação, gestão de processos e fluxo de trabalho.  Combinar gerenciamento de mudanças e gerenciamento de configuração em uma solução totalmente integrada torna mais fácil gerenciar as mudanças.   
A solução totalmente integrada significa que os usuários não necessitam utilizar diferentes aplicações com diferentes interfaces ou ter que armazenar as informações para relacionar com as solicitações de mudança e com os arquivos que estão sendo afetados. As empresas não são obrigadas a comprar produtos diferentes para obter a funcionalidade completa, nem serão responsáveis por manter diferentes aplicações, controlar a quantidade de versões, gerenciar diversos problemas para que com isso possam ser cumpridas as etapas do processo com as conformidades, validar artefatos de releases, etc. Os administradores já não são responsáveis por manter softwares de ligação entre as diversas plataformas ou scripts para manter juntos os diferentes elementos de software.
 Aprovações específicas de projeto, notas e comunicações entre as partes interessadas e membros da equipe podem ser facilmente rastreados e auditados a qualquer momento e com qualquer problema associado à declaração ou mudança de ativos, instantaneamente.
Alternativamente, ferramentas de versão “standalone”, de controle de issues, ou soluções SCM podem ser usadas separadamente com ferramentas de gestão de mudanças, mas estas não fornecem a mesma orientação de tarefas pelas razões citadas na Figura 2.

Figura 2

Há basicamente dois tipos de abordagem para adotar gestão de configuração. A tradicional configuração dos sistemas de gestão baseada em arquivos e os baseados em tarefas/mudança.
Nos sistemas tradicionais de gestão de configuração baseados em arquivos, o usuário identifica quais arquivos deseja alterar, faz o check-out, efetua as modificações e faz o check-in novamente.  Esse sistema era satisfatório quando o impacto de uma mudança era limitado a um único arquivo (ou um pequeno conjunto de arquivos).   No ambiente atual de desenvolvimento, quando uma simples mudança frequentemente afeta muitos arquivos, esse sistema baseado em arquivos se torna insuficiente porque um sistema de gestão de mudanças baseado em arquivos geralmente não associa a mudança com todos os arquivos relacionados – exceto, talvez, por meio de comentários, tag ou label em um formulário. Essas dependências devem ser tratadas manualmente.
Essa abordagem frequentemente resulta em um conjunto de mudanças incompleto ou incompatível, colocadas juntas para construir um produto ou uma versão deste. Isso pode causar inúmeras falhas: arquivos incorretos sendo incluídos, erros em tempo de execução, erros durante a fase de verificação de qualidade, e pior ainda, erros no produto já pronto.
Sistemas de configuração baseados em Processos e em tarefas simplificam o processo, automatizando muitos dos erros básicos de tarefas manuais dos sistemas baseados em arquivos. A ideia em tais sistemas baseados em tarefas é simples: se o usuário pode informar ao sistema qual a razão para uma mudança no arquivo (o porquê está mudando), o sistema usa essa informação (além do que ele já conhece) para construir configurações válidas e automaticamente detectar dependências e potenciais problemas muito antes no processo como um todo, antes mesmo talvez da fase de construção.

Uma ferramenta baseada em processos também pode fornecer aos usuários uma trilha de auditoria, de modo que todos os envolvidos saberão exatamente o que foi feito na criação de um módulo, biblioteca, executável ou aplicação. Traceabilidade de ponta-a-ponta irá capturar a evolução completa de todos os “inventários” (por exemplo, arquivo-fonte, módulo, biblioteca, aplicação, documentos, desenhos, etc) desde o conceito, ao longo da fase de desenvolvimento até a entrega para manutenção.

A solução

Esta seção ressalta os componentes-chave de uma solução baseada em processos, e como estes funcionam em conjunto.  Usa o exemplo de ferramenta baseada em tarefa/mudança para mostrar os benefícios de tal tipo de ferramenta.
Abordagem baseada em Processos para Construção, Entrega e Desenvolvimento de Software.
Uma ferramenta altamente baseada em Processos que usa a força de uma requisição sólida baseada em paradigmas de tarefa/mudança, eliminará muitos dos problemas das fases tradicionais de Construção e Implementação. A forte integração com gestão de issues e controle de versão, combinada com uma definição de fluxo de processo (adaptável a cada caso) garante a precisão das versões dos arquivos-fonte que formam cada versão produzida pela equipe de desenvolvimento.  A ferramenta deve fornecer a habilidade de gerenciar todas as tarefas que serão exigidas para construir e implementar os conteúdos corretos de qualquer versão do software, eliminando erros comuns quando se usam processos manuais.
Pode-se alavancar o investimento nas versões e implementações existentes, de modo a completar um processo do início ao fim, controlando e auditando todas as entregas do projeto.  Pode-se também automatizar, rastrear e fornecer relatórios do status das tarefas requeridas para construir e implementar adequadamente, com processos que são customizáveis, repetíveis e controláveis.
Um exemplo do fluxo de um processo de construção e implementação usando uma ferramenta SCM baseada em processos, totalmente integrada e baseada em tarefas/mudanças.
O processo de release de uma versão passa a ser a fase mais importante antes de estar pronto para executar os scripts de versão e implementação. A Figura 3 (abaixo) mostra os processos de gestão de construção e liberação usando SCM.

Figura 3

Um release é um conjunto de arquivos, cada um numa versão específica que, quando extraídos do sistema, formam uma única versão do produto. Gerenciar cada release pode ser entediante, perder muito tempo e uma potencial fonte de erros. Para criar um release com versões separadas de arquivos individuais, um sistema de gestão de configuração precisa ser capaz de controlar as mudanças em cada arquivo que formam uma determinada versão, e apresentar essa informação ao usuário de forma clara.
Com um sistema de configuração de versão, é possível customizar e configurar os processos de construção e implementação de acordo com as necessidades da aplicação e de forma a se adequar aos objetivos do projeto. Esses processos podem ser padronizados, controlados e automatizados, de forma que fiquem auditáveis e repetíveis.

A Figura 4 (abaixo) mostra um exemplo do ciclo de Construção-Implementação que pode ser definido e controlado. Cada tarefa dentro de cada fase será gerenciada pelo sistema de controle. 

Figura 4

Extract Sources (Extrair as Fontes) – nessa fase serão extraídos os conteúdos validados e aprovados com o uso dos recursos da ferramenta.
Build Product (Construir o Produto) – usando os recursos da fase anterior, essa fase executa a construção do Produto. Dependendo da ferramenta utilizada, pode-se iniciar essa fase de forma automática ou manual.   Os usuários podem escolher a ferramenta de construção mais adequada, e pode-se ainda integrá-la com scripts já existentes para acessar os artefatos do projeto.
Test Build (Testar a Construção) – nessa fase, o software construído é movido para uma área de teste.
Package Product (Empacotamento do Produto) – se o build é aprovado e pronto para ser implementado, nessa fase serão criados os pacotes contendo todo o “inventário” que formam o release de um produto (por exemplo, executáveis, códigos-fonte, scripts, bibliotecas, drivers, documentos, notas, conteúdo web, manuais do usuário, etc).
Deploy Package (Implementar o Pacote) – nessa fase são definidos os eventos que disparam automaticamente os  scripts para instalação do pacote.
Archive Deployed Package (Salvar Pacote Instalado) – nessa última fase os pacotes implementados são armazenados numa base de dados de forma a possibilitar consulta e acompanhamento.
Finalmente, consideramos o fato que, num ambiente que usa sistemas de controle de configuração, controle de versão, gestão de issues, gestão de releases, gestão de mudanças e gestão de processos, trabalham integrados a partir de um mesmo repositório e os relatórios de acompanhamento, auditoria e conformidade deverão estar rápida e facilmente acessíveis.   Mesmo que o sistema de configuração use conjuntos de ferramentas separadas, como mostrado na Figura 2, usando repositórios separados, contanto que todos estejam integrados de alguma forma, os relatórios de acompanhamento deverão estar igualmente disponíveis para efeitos de auditoria. Esses relatórios têm como público-alvo diferentes tipos de usuários, como desenvolvedores, gerentes, controle de qualidade, administradores, auditores, etc. Eles fornecem uma trilha de auditoria de toda a evolução do produto da origem ao destino, incluindo as aprovações e todo o histórico do processo de conformidade.

Considerações finais

Conforme as equipes de projeto trabalham, produzindo produtos complexos e de alta qualidade, elas frequentemente se veem gastando muito tempo na coordenação de seus esforços de desenvolvimento. Essa situação e a pressão para cumprir prazos, fazem as organizações procurarem por formas melhores e mais eficientes de gerenciar o processo de desenvolvimento e a integridade de todos os artefatos do projeto.
Benefícios-chave: Alguns dos benefícios imediatos do uso de uma ferramenta de gestão de     configuração:
- Funciona como um “porteiro” e controlador das atividades de construção, release e implementação;
- Fornece um framework de processos para gerenciar, rastrear e auditar suas versões e artefatos do produto;
- Garante a integridade de um release de software ou produto;
- Processo de construção se torna repetível, reproduzível, controlável e auditável;
- Elimina a maioria dos erros e oferece funcionalidades para permitir melhores decisões.
- Permite aos usuários detectar e analisar erros rápida e eficientemente;
Assim, usando ferramentas de gestão de configuração integradas baseadas em processos, todo o ciclo de construção e implementação torna-se preciso, confiável, repetível, reproduzível e auditável. Um sistema de controle de versão, gestão de issues e mudanças, gestão de releases, e gestão de processos; todos integrados torna mais fácil gerenciar as mudanças que desenvolvedores e usuários são solicitados a fazer.

   Outros benefícios:
- O Gerente de Projeto obtém melhor colaboração das equipes e mais maturidade de processos, minimizando os riscos.
- O Gerente do Projeto também poderá controlar melhor as etapas obrigatórias do processo, atender aos objetivos de auditoria e conformidade, garantir as aprovações necessárias, comunicar e gerenciar mudanças junto às equipes locais e remotas, já que um melhor nível de qualidade será obtido.
- Auditores e equipes de QA garantem que os processos existem e funcionam como previsto.
- Equipes de suporte ao Produto e os Help-Desks conseguem conectar os incidentes e solicitações de mudanças relativas a problemas de software às tarefas de desenvolvimento, e se beneficiam rapidamente quando o problema é resolvido, desta forma assegurando-se que todas as etapas definidas para o ciclo de vida do produto foram seguidas.
- Desenvolvedores colaboram mais eficientemente e gerenciam melhor as tarefas como novas solicitações, novos desenvolvimentos, novos requerimentos, melhorias e correção de defeitos.
Finalmente, usando ferramentas de gestão de configuração, os gerentes de projeto e empresas trazem para a organização a estrutura, eficiência, e todas as melhores práticas para uma gestão de configuração, gestão de mudanças, e gestão de releases unificados em todo o ciclo de vida do produto.  Isso assegura o objetivo de “Faça Certo da Primeira Vez, Todas as Vezes” para entregar e gerenciar todos os inventários como (códigos-fontes de software, documentos, desenhos, páginas web, etc) sejam precisos, confiáveis, repetíveis, reproduzíveis e auditáveis, conforme eles buscam entregar maior nível de qualidade para seus produtos.

Referências

Artigo Publicado no Site do PMI: http://www.pmi.org/

ARTIGO: Do it right the first time all the time - Process-Centric SCM shows you the way

AUTOR: S, Srinivasan, PMP – President and CEO, Spectrum Software Inc, Duluth, GA

PUBLICADO ORIGINALMENTE: 2007 PMI Global Congress Proceedings – Atlanta, Georgia - North America.  
Referência: TRN04.PDF.

SITE: http://marketplace.pmi.org/Pages/ProductDetail.aspx?GMProduct=00101049400&iss=1

 

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