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MAIO 2010

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TERCEIRO SETOR

Até onde nossa maturidade nos conduzirá?

Autor: André Godoi

Do ponto de vista evolutivo, a razão da existência de um indivíduo é produzir novas gerações bem-sucedidas. Então podemos encarar as mudanças climáticas simplesmente como uma fantástica ferramenta evolutiva que produzirá uma geração muito menos vulnerável que a nossa. Dentro deste processo evolutivo, o ano de 2007 representou um papel especial. Sim, foi nesse ano que ocorreu o maior número de desastres climáticos de toda a história. A Agência das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários emitiu 14 pedidos de emergência, 4 a mais do que o recorde anterior, estabelecido em 2005. Mais recentemente, nos deparamos com terremotos no Haiti, Chile e China. 

O que sentimos quando lemos e assistimos a relatos como esses? Indiferença? Se estamos lidando com um instrumento evolutivo, afinal, porque nos importamos? Uma recente campanha feita por ateus no Reino Unido pregava que 'Deus provavelmente não existe, então pare de se preocupar e aproveite a vida', seja lá o que isso significa. Mas o fato “inexplicável” é que a maioria de nós se importa!  Apesar das aflições que causam, esses eventos catastróficos podem ter um efeito benéfico. Podem mover pessoas a mostrar amor e preocupação para com o próximo. De fato, apesar de catástrofes naturais, pobreza, fome, doenças e crescentes ameaças ambientais estarem sempre nos noticiários, também podemos ver uma tendência mais animadora: a generosidade.

A PMI today, de abril de 2010 mostrou um pouco das atividades do PMI Jacarta - Indonésia Chapter junto às equipes de reconstrução de Padang, fornecendo conhecimentos fundamentais para tornar essas equipes mais eficazes. Um grupo religioso geralmente desprezado pela maioria das pessoas, às Testemunhas de Jeová, recebeu todo tipo de elogio por seu empenho e amor demonstrados durante o caos em New Orleans após o Furacão Katrina em 2005. "Eles vieram com ferramentas, talento e vontade de ajudar. Eles deixaram para trás um rastro de gratidão, novos amigos... em toda a área de Nova Orleans”, afirmou um artigo no The Times Picayune.

É verdade que mesmo esforços bem-intencionados organizados para aliviar o sofrimento dessas pessoas podem ter um efeito contrário.  A Situação dos Refugiados no Mundo — 2000 explica: “Na última década do século 20, organizações humanitárias em países dilacerados pela guerra salvaram milhares de vidas e deram uma grande contribuição para aliviar o sofrimento. Uma das lições mais significativas da década, contudo, é que em situações de conflito a ação humanitária pode ser facilmente manipulada pelas facções em guerra, e pode acabar fortalecendo a posição de autoridades responsáveis pela violação de direitos humanos. Também, os suprimentos de ajuda distribuídos por organizações humanitárias podem alimentar as economias de guerra, ajudando a sustentar e a prolongar a guerra.”

Como raça, somos capazes de expressar amor, compaixão e empatia, mas infelizmente estamos igualmente expostos ao ódio, indiferença e corrupção. Até hoje, reluta-se em aprender do passado para evitar nossos próprios erros. Por isso, a nossa própria existência neste planeta parece estar ameaçada. O escritor Joseph Needham concluiu que a situação ficou tão perigosa que ‘a única coisa que podemos fazer agora é esperar e rezar que maníacos não lancem contra a humanidade certas forças que poderiam extinguir a vida na Terra’.

“Apesar dos recentes êxitos da ciência, os humanos não mudaram muito nos últimos dois mil anos; portanto, ainda temos de tentar aprender da História.” — Kenneth Clark, Civilisation—A Personal View (Civilização — Um Conceito Pessoal). No entanto, “o que a experiência e a História ensinam”, diz o filósofo alemão Georg Hegel, “é que as nações e os governos nunca aprenderam nada da História nem aplicaram qualquer lição que poderiam ter tirado dela”. Muitos talvez discordem da filosofia de vida de Hegel, mas poucos discordariam dessa declaração. Infelizmente, as pessoas de fato parecem ter extrema dificuldade em aprender algo da História. O relatório de Desastres Ambientais, publicado anualmente pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha e pela Sociedade Crescente Vermelho, aponta para 5.000 novos refugiados ambientais a cada dia, em decorrência de uma economia globalizada que ainda não encontrou soluções capazes de alinhar a utilização dos recursos naturais de forma sustentável.

“O AQUECIMENTO GLOBAL [é] a maior prova com que já nos defrontamos”, afirmou a revista National Geographic de outubro de 2007. Segundo a revista, só seremos bem-sucedidos em enfrentar esse desafio se “agirmos com rapidez e decisão — e com uma maturidade que raramente demonstramos enquanto sociedade ou espécie”.

Fontes:

The State of the World’s Refugees; The Global Migration Crisis e World Refugee Survey 1999.
The Daily Mail: http://www.dailymail.co.uk/news/article-1106924/Theres-probably-God--stop-worrying-enjoy-life-Atheist-group-launches-billboard-campaign.html
THE NEEDHAM RESEARCH INSTITUTE: http://www.nri.org.uk/index.html
• Revista Jurídica Consulex, Edição Especial, março de 2010.
• Ricklefs, Robert E. A Economia da Natureza. Guanabara Koogan. 5ª Ed. 2003.
http://www.jw-media.org/aboutjw/article44.htm

Sobre o Autor:

André Godoi é empresário, proprietário da André Godoi Engenharia. Morou nos Estados Unidos entre 1995-1998. Além de artigos relacionados ao meio ambiente e sustentabilidade, é profundo conhecedor do século XX, escrevendo sobre assuntos como nazismo, pós-guerra, guerra fria, colapso do comunismo, etc. Já viajou à Alemanha, onde conheceu o campo de concentração de Dachau em Munique, visitou o Instituto Staatliches-Bauhaus em Berlim e o campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau na Polônia. Em 2008, visitou Nong Kong, Macau e a China continental como parte de uma pesquisa sobre o “comunismo chinês”.

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